Bullying: manobra do poder ou estratégia para submissão?

O mundo atual impõe a necessidade premente de aprendermos a nos defender diante do assédio de pessoas que apoiadas no discurso de serem brincalhonas e animadas, destilam o veneno mortal da ridicularização constrangedora, expondo qualquer vítima que cruze seus caminhos, a fim de se divertirem um pouco.

O termo “Bullying” está na agenda de sala de aula e do congresso brasileiro. Uma palavra americana utilizada para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou por um grupo, causando dor e angústia, sendo executados dentro de uma relação desigual de poder, configurando “abuso” e dano moral.

Bullying: manobra do poder ou estratégia para submissão?

Um nome moderno para uma prática antiga, que oprime, magoa e fere em nome de uma satisfação instantânea e cruel. Como nação, depreciamos nosso valor e estima. Somos a tribo do “tirar sarro” e do “zombar” uns dos outros, tudo justificado na base da “brincadeirinha”.

Consideramos natural debochar e apelidar de acordo com complexos e vergonhas. Em contrapartida, muitas pessoas não aprenderam a elogiar e se sentem desconfortáveis em reconhecer coisas boas na postura do outro e sentem medo de serem taxadas de “puxa-sacos”, bajuladoras ou oportunistas.

Precisamos revelar nossas verdades, guardadas dentro de nós, sob o preço da escravidão eterna devido ao exagero do outro que sem noção pela falta de limites e consequências sobre seus atos, aprendeu a mentir e a se desculpar, demonstrando incapacidade de sentir culpa ou dor diante do sofrimento causado a alguém.

Precisamos impressionar a nós mesmos, nos constituindo como legítimos juízes das nossas ações, sendo verdadeiros conosco e nos dando permissão para sermos humanos imperfeitos, valorizando o convívio com nosso semelhante e reconhecendo que estamos em obras, jamais concluídas. É primordial aprendermos a “colocarmos a azeitona em nossa própria empada”, uma vez que a maioria das pessoas tenta nos tirar estas mesmas azeitonas.

Somos severos ao avaliar comportamentos e implacáveis na avaliação de condutas. Lutamos continuamente contra nossas vozes internas, condenatórias, que nos recriminam, nos lembrando o tempo todo de que não fazemos nada de “extraordinário”, que não temos do que nos orgulhar e, com este tipo de crença, reduzimos nossa confiança naquilo que somos e em nossas qualidades especiais.

Que condição horrorosa! Nos furtaram o prazer de celebrarmos nossas contribuições e o pior, estamos permitindo isto, assinando esta sentença a favor do agressor todos os dias! É exatamente este padrão mental que nos limita. Uma realidade que nos reduz e nos desanima a lutar por nossos direitos, afinal, nos tornamos anêmicos emocionalmente falando. Nos falta abertura para acessar o canal que comunica o nosso valor humano.

Quais podem ser as consequências diante desta mente que trabalha exclusivamente com impressões negativas sobre si? Qual o benefício para nossos governantes e líderes, se mantivermos este tipo de ação?

Percebam que esta é uma das maneiras de exercerem o controle sobre nós de modo a não os incomodar em seu poder absoluto. Se exercitarmos mais nosso amor próprio, será mais fácil aguçar nossa inteligência crítica, nosso direito democrático, questionando, exigindo o debate de ideias e a prestação de contas de seus atos arbitrários.

Evidenciaríamos suas incompetências. Eles perderiam credibilidade, reputação e prestígio. Sofreriam diante de seu próprio orgulho e vaidade feridos.

Este tipo de líder autocrático sobrevive enganando e se enganando, fazendo tudo o que for preciso para mascarar quem é. O que te impede de interditar este abuso e desencorajar esta farsa?

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