Remando contra a maré dos espertos

Nem oito e nem oitenta, nem tão rígido e nem tão maleável, nem tão exigente e nem tão permissivo, nem tão conservador e nem tão liberal, nem tão devagar e nem tão rápido, nem demais e nem tão pouco. Como é difícil encontrar a qualidade da medida exata em nossas atitudes.

O que é qualidade?

Qualidade é uma característica altamente desejada e bem-vinda em qualquer comunidade. Não é inata, nem genética e nem hereditária. É algo que surge a partir da escolha. É possível ser desenvolvida, aprimorada pelo treino  constante, se tornando uma grande força nomeada virtude.

As pessoas com quem convivemos frequentemente nos comunicam nossas qualidades que chamam atenção de uma forma admirável. Por exemplo, uma qualidade que “abre portas” é a humildade, ou seja, a capacidade de assumir erros, pedir desculpas pelo transtorno gerado a alguém, pedir ajuda para resolver algo que não se sinta capaz, agradecer pela contribuição inesperada e voluntária, elogiar alguém por algo especial que ele ofereceu e realizou.

Outro exemplo de qualidade muito diferenciada em nossa sociedade atual? A tolerância, ou seja, a capacidade de suportar diferenças, sendo flexível e paciente ao invés de querer impor sua vontade na violência ou “esperteza”. Se você se identificou com algumas destas qualidades citadas, você está fazendo a diferença.

Como desenvolver qualidades?

Trata-se de uma decisão pessoal que exige consciência sobre a necessidade da mudança, vontade de fazer o melhor em tudo que faz e muito treino! Parênteses: é preciso uma confissão para si: “tenho feito o meu melhor ou tenho reproduzido o “pior do meio”?

Para auxiliar nesta reflexão, vou utilizar um exemplo bastante comum e que nos contagia de forma muito negativa.

No ambiente de trabalho, você está realizando suas tarefas e observa um colega perdendo horas produtivas ao telefone com assuntos que fogem do âmbito profissional. Olha para outro lado da sala e percebe uma pessoa que fica muito tempo na área do café batendo papo, reclamando, fofocando.

Desvia o olhar para outro canto e nota uma outra pessoa que diz que vai estender a hora do almoço, ao sabor da sua própria vontade. De repente você constata que aquele outro colega, quando o líder está fora ou ausente, sai mais cedo fazendo valer o lema popular que “quando o gato sai, o rato faz a festa”.

Você nota claramente estas atitudes antiéticas e pode pensar que, como os outros agem assim, não há necessidade de se esforçar, já que a postura inadequada parece ser aceita, uma vez que, muitas vezes, não é advertida.

Crendo nisto, se desmotiva ou se contagia, mas por que optar por replicar o pior daquilo que o cerca? Quais os benefícios de fazer o correto e ir contra a corrente do “jeitinho brasileiro”? Fazer o que é correto é uma atitude ética que combate a corrupção e nos dá consciência tranquila e orgulho pessoal.

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