O encontro com o “extraordinário” numa caverna na Tailândia, através de mergulhadores ingleses, que em sua aventura, subiram casualmente à superfície para respirarem e retornarem ao início do trajeto, (já que o limite de extensão da corda que utilizavam, havia chegado ao fim) e, neste momento, se surpreenderam ao se depararem com um grupo no interior inóspito de uma caverna fria e escura. Estavam aflitos. O que era para ser divertido, se tornou dramático. O que era para ser o fim trágico, abriu portas de um recomeço comovente.
Resgate na Tailândia: Um caso de solidariedade
Foi assim que em meio a copa do mundo, algo concorreu com a atenção dos telespectadores; o planeta terra se uniu num só time pela torcida a favor do resgate dos “Javalis Selvagens”, curiosamente, um time de futebol composto por 12 garotos tailandeses e seu técnico. Juntos, os 13 lutavam com garra para terminar a partida de suas vidas com vitória neste jogo decisivo! E aja coração! Era ameaça de chuva com inundação da caverna, trajeto longo, profundo e estreito dificultando o deslocamento seguro, necessidade de acompanhamento de equipe de mergulhadores profissionais para treinar e supervisionar o percurso dos regatados, a preocupação com crianças desnutridas, com limite de oxigênio, a compaixão pelo professor dos meninos fragilizado por estar passando fome.
Como não refletir sobre a sucessão de episódios que favoreceram a conclusão da missão de resgate com “perfeição”? De onde veio a força da união colossal em prol dos desfavorecidos? Pessoas de todos os cantos do globo terrestre chegavam para somar esforços e auxiliar o grupo abatido, que estava totalmente dependente da boa vontade alheia e não passou despercebido!
Assistimos emocionados a um show de humanidade! Pessoas oferecendo transporte, equipamentos, mão-de-obra, medicamento, alimento, conforto humano, encorajamento e orações ao grupo debilitado e aos envolvidos com as demandas da caverna. Tudo de graça. Tudo pela graça! (Segundo a doutrina cristã, graça significa favor imerecido e é o máximo da expressão de amor entre os seres vivos. Termo muito usado na teologia para mencionar a paixão de Jesus Cristo, onde ofereceu gratuitamente sua vida para tirar o pecado do mundo que pesava sobre a humanidade).
Durante duas semanas, vimos cenas de pessoas esperançosas, com gestos de reverência a sua fé, entoando cânticos e clamando confiantes por socorro divino. A gratidão pela solidariedade que recebiam, ficava estampada em suas feições ternas e gentis. Também observamos generosidade que emanava do povo! Havia uma marca de alegria e contentamento no que faziam, certamente com a “consciência tranquila” de que estavam dando o seu melhor a favor do próximo. Todos se ajudaram mutuamente. Um cuidava do outro. Neste ambiente cooperativo, surgiram heróis que não mediram esforços pelo sucesso da ação. Um deles morreu em serviço voluntário e recebeu, à altura, honrarias por seu destemor e bravura!
Concluo ressaltando que todos foram nutridos com o alimento mais completo que existe; o amor! Era praticamente impossível acreditar que todos os 13 sairiam vivos deste tormento. Qual o limite para alcançarmos resultado quando todos estamos focados na mesma causa? Como não valorizar a contribuição individual e complementar para o sucesso da intervenção?
Quem sabe a partir desta “ação exemplar”, encontramos “vontade” de abrir espaço em nossa agenda para atuarmos com sinergia! Todos os dias nos deparamos com incontáveis oportunidades para agir com espírito de time na superação de obstáculos comuns.